domingo, 18 de julho de 2010

Pulando o Muro de Casa

Antes de tudo, provavelmente passarei essa semana meio ausente (foda-se, né?), amanhã devo viajar com o meu pai e sabe-se lá se nessa porra de buraco que eu vou existe internet.

Nunca pule o muro da sua casa. Sério. Em certos momentos essa é a pior coisa a se fazer. prefira dormir na rua.
Tenho uma experiência muito traumática fazendo isso.

Num belo dia (quer dizer, numa bela noite) cheguei em casa morto de cansado, como sempre. Fiz aquele ritual de sair do carro e ir lá abrir a porta, já que pobre não tem portão eletrônico mesmo.
Na hora que eu olho o chaveiro CADÊ A PORRA DA CHAVE?? Puta que o pariu. Quem foi o estúpido que tirou a chave do lugar dela?

O quê me restou fazer foi bater no portão (leia-se espancar o portão) até a morte. Me esgoelei por duas horas e nada. Como bem em frente tem um telefone público, liguei pra minha casa, pro celular da minha mãe, pro celular do meu pai e novamente não consegui falar com ninguém. Tava desesperado já, só não liguei pro celular da minha irmã também porque não tenho a menor idéia de qual seja o número. Droga.

Já tava até achando que tinha passado uma nave espacial por ali e abduzido a minha família toda.
Fiquei mais uns 20 minutos sentado na porta esperando um duende verde trazer uma chave nova pra mim, como ele não veio pensei "é, não vai ter jeito... vou ter que pular o muro dessa merda." Ê le-rê. Que beleza, hein?
E lá foi o Lucas por em prática todos os anos de experiência em escalar muros pra pegar bolas nos quintais dos vizinhos chatos que não gostam de devolver as mesmas.

Mas acontece que não tenho mais a habilidade que outrora tive na juventude. Minhas primeiras tentativas de subida foram bis(z)onhas, não consegui sair nem 30cm do chão.

Diante de tantas frustrações lembrei que dava pra cair no meu terreiro pelo lado do vizinho. Era só por o pé no banco que tem na porta dele, subir no medidor, dali dar um pulo pra divisa, depois ir pra parte mais baixa do paredão, saltar dando um mortal por cima do pé-de-acerola, fazer o rolamento e correr pro abraço. Perfeito!

Tudo no esquema, mas na hora que fui por meu plano em prática tudo começou a ir pros ares. Foi só botar meu pezinho na grade do vizinho que brotou a porra dum cachorro gigante, que eu nunca tinha visto na minha vida, que parecia um urso furioso porque alguém tinha roubado o mel dele.
Caralho! De onde saiu esse monstro?

Aí eu tive uma idéia genial (outra). "Vou pegar o pacote de biscoito Aymoré que sobrou do meu lanchinho e jogar pra esse demônio. Afinal, antes dar meu lanche do que ser o lanche dessa porra." Ahhh... como sou malandrão.
Peguei o biscoito e fiquei lá igual à um idiota com o bicho "quer um bisoitinho bilu-bilu? Vem aqui que o papai te dá, neném. Gracinha... Pega lá, vai. Pega lá no inferno, seu filho da puta" e joguei o bagulho lá no fundo do terreiro. O cão das trevas foi correndo alucinado atrás do pacote e eu já comecei a subir o muro loucamente, porque quando o cachorro pegasse o pacote ia detonar tudo numa dentada só, e logo ia vir atrás de mim de novo com a sua fúria mortal.

Já tava quase no topo do mundo quando escuto uma voz intimidadora "OWWWWW, que que ocê tá fazendo aí, seu ladrão??" Olhei pra trás e tá lá meu vizinho com uma ESPINGARDA na mão. Só deu tempo de gritar "sou euuu, não atira nãããoo, Seu Perisson (nome do vizinho), ahhh" e PÁ !Caí do medidor da casa dele, um capote de uns dois metros.
Não deu tempo nem de sentir dor, porque o cachorro do demo já veio correndo, só gritei "ai, meu Deus, esse cachorro vai comer minha cabeça. Adeus, mundo cruel!" Aí o Seu Perisson falou "deixa de onda, menino. A DOCINHO é mansinha". Nisso o cão (que nessa altura descobri que era cadela) começou a me lamber. Nesse tempo todo descobri que tava com medinho de uma mulher. De uma mulher carinhosa, diga-se de passagem. Ah, já ia me esquecendo, a 'espingarda' do Seu Perisson era só uma vassoura que ele tinha na mão. Bem que desconfiei que aquele homem era pacífico demais pra andar armado por aí.

É, né? Depois dessa eu não ia mais ter a cara-de-pau de pular o muro do sujeito. Tentei de outras mil maneiras diferentes e fui acumulando fracassos sucessivos.
De tanto tentar e tomar no cu, tive uma outra mega idéia fenomenal (já viu, né?). "Vou colocar o carro aqui perto do muro e uso ela pra subir, vou amassar a lataria toda, mas foda-se, né? Tudo que quero agora é entrar na minha casa."

Dito e feito. Subi no carro e meu coração tava até sangrando com o barulho do meu pé fudendo com a lataria.
Novamente quando eu tava lá, quase celebrando a vitória, escuto uma sirene de carro de polícia. Olhei pro céu e falei "cê tá de zuação comigo, né, mano? Cê tá de sacanagem, dotô. Deve tá dando até pirueta de rir aí em cima". Simplesmente é muito azar pra uma pessoa só.

Não preciso nem dizer que a viatura obviamente parou. O cara já veio com toda sua delicadeza puxar um papinho com este que vos fala "que que tá acontecendo aí, cidadão?" não aguentei e murmurei um 'vai tomar no centro do cu, porra', o policial "O QUÊÊÊ?!?! TÁ DOIDOO?!?!" Respondi o seguinte "não é com o senhor não, é tomar no meu cu mesmo". Aiai...

Até eu explicar tudo, falar que morava ali e blá, blá, blá, foi mais uns 30 minutos. Claros que os policiais custaram a se convencer que a minha história fosse verídica. Nisso já erra meia-noite, já era pra eu estar na minha cama dormindo há pelo menos duas horas atrás.
Bom, o importante é que os caras foram embora e desistiram de me prender. Apesar de terem me dado mó sermão, falaram que de certa forma eu estava ensinando bandido a entrar na minha casa. Não que eles estivessem errados, mas nessa hora eu tava pouco me fudendo pro quê eles pensavam ou deixavam de pensar.

Voltei pro meu plano, dessa vez sem ninguém me atrapalhar.
Tudo indo bonito, mas na hora de passar por cima do portão e subir no medidor de luz, eu agarrei a porra do meu pé na grade e despenquei de uma altura de 2,5 a 3 metros. Fui levando tudo comigo; telha, fio, pedaço de medidor e mais o que tivesse na frente.

E dessa vez eu machuquei mesmo. Fiquei estatelado lá no chão achando que não ia andar nunca mais.
Pra eu ficar mais puto da vida ainda uns 30 SEGUNDOS depois do meu tombo cinematográfico, ouço um barulho de carro encostando na porta. Sim, ERA A MINHA FAMÍLIA voltando de uma festa em plena segunda-feira brava.

Acabei passando a noite no hospital com a minha mãe reclamando que só dou trabalho e falando que eu ia ter que pagar pela minha cagada e me deu até o endereço da loja que vende as telhas novas pra consertar a merda que eu fiz.

Puta vida injusta.

5 comentários:

  1. kkkkkk.

    rolei de rir com a historia, mas infelizmente, se tentasse isso com meu vizinho não teira cachorro, mas ele sim tem espingarda e ja ameaçou até o segurança com isso. eu sairia cheinha de buracos de balas.

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  2. Caracaaaa Lucasss....parece até mentira nééé...PQP..é mto azar para uma pessoa só mesmo...e como vc desaprendeu a pular murooo garotoo??? hauiehiauhe....mto comédia mesmo...ri demais com isso tudo.. vlw vlw...beijos

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  3. hahaha...só não digo q isso parece um pouco impossível pq já fiz coisa parecida, a diferença é q depois d executar o plano perfeito p entrar em casa, descobri q a porta tava aberta...aiai, A evelyn contou isso p td mundo

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  4. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, menino do céu! Suas histórias são sempre loucas desse jeito?
    É tudo culpa da chave! rs.
    Obrigada pelo seu comentário!
    Tem postagem nova, quer ver?

    http://complicandooquejatacomplicado.blogspot.com

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